Caminhando em direção
ao hotel barato em que estava hospedado Zack Orion observava as garotas que
passavam, imaginando como seria bom tê-las em seus braços, seus corpos frios e
imóveis, prontos para recebe-lo, só pensar nisso já o deixava excitado. A beleza
que as jovens transmitiam não parecia ser aproveitada ao máximo enquanto suas
faces estivessem coradas pelo calor da vida.
Ele subiu as escadas
rapidamente, pois o elevador permanecia em manutenção, e pegou sua mala, não
haviam mais motivos para permanecer naquela grande cidade suja, era hora de
voltar à sua pequena cidade suja.
Só estava aqui por
causa do funeral de uma tia, que era sua última parente viva, a viagem parecia
ter sido uma perda de tempo total, a velha não havia deixado nada para ele, até
entrar em um táxi dirigido por uma bela moça loira, mesmo ela sendo mais velha
que seu tipo ideal, porém o levou até aquela insana reunião onde encontrou a
oportunidade para se divertir mais que nunca.
Enquanto descia as
escadas correndo, com as rodas da mala batendo nos degraus atrás de si, ele
percebeu que a velha da recepção não estava ali, no seu lugar havia uma jovem
pálida, vestida totalmente de preto. Quando se aproximou para pagar a estadia
conseguiu perceber suas olheiras profundas, seus cabelos negros alisados
estavam frágeis e quebradiços.
–O que aconteceu com a
senhora que ficava aqui? – perguntou ele tentando parecer preocupado.
–Minha avó não estava
se sentindo muito bem – respondeu ela cansada. – Então vim cobrir ela.
Zack balançou a cabeça
se esforçando para parecer empático.
–Espero que não seja
nada grave – disse ele pegando sua carteira.
Quando entregou o
dinheiro à jovem suas mãos se tocaram e ele pode sentir a pele fria e macia,
assim como Zack gosta.
–Você consegue sair
daqui? – perguntou com seu tom de voz voltando ao normal.
–Por que eu faria
isso? – questionou ela sem se espantar muito.
–Porquê não seria bom
se nos pegassem transando aqui – respondeu simplesmente.
Ela o encarou com seus
olhos fundos e pesados tentando decidir se aquilo era sério.
–Pode deixar sua mala
aqui atrás, assim não precisa carrega-la lá para cima de novo – disse ela
deixando o balcão e começando a subir.
Ele fez como ela disse
e deixou sua mala, subindo logo atrás dela. Havia sido fácil e sem resistência.
Assim como Zack gosta.
Os trinta minutos
seguintes que passaram no andar de cima foram extremamente intensos e excitantes,
somente duas coisas o incomodaram, primeiro que a garota gostava de gemer, ele
prefere as silenciosas e segundo, não importa quão fria seja a pele de uma
pessoa, durante o sexo seu corpo vai esquentar e Zack Orion gosta de suas
garotas frias.
Quando terminaram
apenas se vestiram, ele pegou sua mala e foi embora, nenhum dos dois disse qualquer
coisa, tudo aquilo era apenas pelo tesão do momento e já haviam sido saciados.
Voltando a caminhar
pelas ruas, desta vez indo para estação de trem, o jovem Orion não observava
mais as jovens que passavam por ele, sua libido fora satisfeita pela recepcionista,
mesmo que não houvesse sido uma de suas melhores transas. Agora todas as pessoas
andando ao seu redor não eram mais que seres podres e fúteis, pelo menos em sua
maioria, sempre havia alguém que não aparentava ser tão desprezível quanto o
meio que estavam.
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Enquanto aguardava o
trem na estação um homem sentou no banco ao seu lado do seu, sua aparência
mostrava que era alguém com dinheiro, provavelmente um empresário metido em seu
terno caro, então Zack decidiu apenas ignora-lo.
No alto falante uma
mulher anunciou que o trem para Nova Elli partiria em breve e os passageiros
deveriam embarcar imediatamente.
–Senhor! – Chamou o
empresário quando ele se afastou dois passos. – Sua maleta!
A maleta que o homem
estendia para Zack era a mesma com a qual havia chegado ali. Orion nunca foi do
tipo que se considera muito inteligente, mas percebeu imediatamente qual era a
situação, era como estar em um filme de espiões.
–Obrigado, senhor. –
Respondeu ele com um sorriso forçado.
Sem tempo para pensar duas
vezes ele apenas pegou a maleta e correu para o trem.
Enquanto se acomodava
no seu lugar, Zack tentava decidir se deveria ou não abrir a maleta, tudo
aquilo podia ser uma armadilha criada por um maníaco, mas por que alguém se
daria a todo esse trabalho se na noite anterior poderia apenas meter uma bala
na sua testa?
–Que se foda! – Disse
para si mesmo enquanto a destravava.
Para sua surpresa não
havia nada como um explosivo ou uma mamba negra escondida ali, apenas um
porrete, diversas fotos, alguns documentos e uma carta de taro com um corvo
desenhado.
(Em breve a carta de Zack sairá...)
Ele entendeu a piada,
mas não gostou dela, ser comparado a um animal carniceiro parecia ofensivo.
Logo sua atenção deixou a carta e se voltou para o que realmente importava, as
fotos de uma jovem incrivelmente linda.
Assim que passou todas
as fotos, Zack descobriu sua nova paixão, ele precisava ter aquela moça de
cabelos vermelhos, com a pele delicada salpicada de sardas, o olhar frágil da
inocência, era uma jovem pura, que em breve deveria estar caída em seus braços com
o corpo sem vida pronto para recebe-lo.
Os documentos diziam
que seu nome era Ângela Marior, especificavam seu endereço e relatavam até
parte de sua rotina. Para sua surpresa ela morava na mesma cidade que
ele, mas, obviamente, na parte nobre. Não que houvessem muitas pessoas ricas em
Nova Elli, menos que dez, todas donas de fazendas.
“O que Lexaror quer
com a filha de um fazendeiro no fim do mundo?” Se perguntou ele. “Bem, isso não
me interessa e sim quando vou poder ter Ângela comigo.
Na última página do
documento havia uma observação:
"Senhor Orion, para
esse trabalho gostaria de pedir duas coisas: o execute no menor tempo possível
e não enterre o cadáver. Recomendo não deixar seu preservativo dessa vez e
livrar-se dele o mais longe possível do local, fora isso peço que não modifique
em nada seu método."
Um estranho arrepio
percorreu todo o corpo de Zack, ser pego era uma grande preocupação, mas se
tornar conhecido e famoso, como alguns dos outros que ele havia encontrado hoje,
parecia incrível e Lexaror não aparenta ser do tipo que quebra sua palavra.
–Parece que vamos nos
conhecer, senhorita Marior. – Sussurrou ele enquanto o trem começava a andar.
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Autor: Lexaror